quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O ponto mais alto

O melhor desta viagem é ainda dificil de determinar. Dois dias depois de regressar, inclino-me para dizer que apesar de todas os lugares vistos e vividos, vou realçar para sempre o gosto que me deu viver no Campus da Australia National University, em Canberra. E também todos os animais selvagens que pudemos ver na Austrália, que já conhecíamos dos livros e dos programas de televisão e que alí estiveram tão perto.

Mas a Nova Zelândia é um país de uma beleza extraordinária. Por isso, remato este blog, com uma fotografia do Monte Cook, o ponto mais alto desse lugar insular, tão longínquo para nós.


domingo, 29 de novembro de 2009

Até Lisboa

Estamos quase, quase a começar o regresso. Na sala do nosso apartamento no Sonoda está uma mala já fechada, e uma a aguardar os ultimos bagulhos. Daqui a 3 horas vamos para o aeroporto. O Xico foi ao Scion ter uma ultima reunião e despedir-se dos colegas que foram particularmente simpáticos e calorosos.
Desta duas semanas na Nova Zelândia, ficou muita coisa por contar. Entre trabalho e passeios, o blog andou um bocadinho mais abandonado. Também as saudades da familia, dos amigos e de estar na nossa casa dominaram estes dias, principalmente os ultimos.
Depois das 36 horas de viagem que nos aguardam, passado o cansaço e os afazeres mais urgentes, rebuscarei as ultimas ideias e as ultimas fotos. para encerrar este registo. O balanço, muito positivo, vai fazer-se para o resto da vida, com memórias e experiências que nunca poderão voltar a repetir-se.
Até Lisboa.

Da Costa Oeste até Wanaka

Apenas a 20 quilómetros dos glaciares, já o Sol brilhava. O verde continuava a cair para o mar e florestas igualmente densas e húmidas recobriam todas as encostas. Na praia, avistava-se um colónia de focas que os placards informativos no cimo da arriba diziam poder tratar-se elefantes marinhos, vindos da Antarctida nesta época do ano (não pudemos confirmar, foi pena). Não muito longe, os pinguins azuis atravessam todos os dias a praia: alimentam-se no mar mas dormem nas florestas litorais.

E nesta paisagem de luz e bichos, a minha pineal deu o sinal +: fiquei logo muito mais bem disposta. Frio e chuva, nah! Eu sou uma mulher dos trópicos!

Daqui até Wanaka, que era o local do nosso destino desse dia, atravessando as montanhas em Haast' Pass (de novo as cascatas, os rios e as florestas de faias), foi só usufruir de mais muitas e mais maravilhas naturais.


Franz Joseph e Fox

Os glaciares são uma das grandes atracções paisagísticas da Ilha do Sul. Depois da Paparoa, rumámos a Franz Joseph Glaciar. Este rio de gelo que descende do Monte Cook quase até ao nível do mar, e o seu irmão Fox Glacier foram descobertos em meados do século XVIII por um geólogo e descobridor chamado Haast. Franz Joseph era o imperador austro-hungaro; Fox o governador da Nova Zelândia.
Nestas paragens, o tempo é sempre mau (as excepções só servem para confirmar a regra). Por isso, não estranhámos a chuva ininterrupta que caiu forte desde as 18:00 até às 6:00 (estavamos nós felizmente recolhidos), nem o facto de termos tido chuviscos e bastante nevoeiro durante a manhã que visitámos os glaciares.
É sempre emocionante estar num local tão dinâmico, onde a paisagem se constrói a cada minuto. São duas enormes massas de gelo, que avançam e escavam vales profundos, cobertos das mais húmidas florestas que é possível imaginar, até se transformarem em rios líquidos, como aqueles que conhecemos.

Sabemos que com Sol, ou com Sol e céu limpo, estes panoramas têm um brilho e um azul que não tivemos a sorte de apreciar. :-(
Ficámos com a experiência comum, a de quase todos os visitantes, e aquela que corresponde às condições climatéricas que mantêm este local como ele é. ;-)

Paparoa

Um pouco a norte de Greymouth, próximo da localidade de Punakaiki, fica o Parque Nacional de Paparoa. Esta área é conhecida pelas suas famosas Pancake Rocks, um conjunto de rochedos dolomíticos que se erguem na costa, deixando entre si lugar para a rebentação das ondas e a ascensão de repuxos e salpicos. Matos endémicos de Flax e palmeiras Nikau enquadram estes monumentos naturais.

Em Paparoa, uma das zonas mais selvagens do planeta, em pleno coração da húmida costa oeste da Ilha do Sul da Nova Zelândia, cresceu uma floresta das chuvas absolutamente única: árvores muito primitivas, da família dos Podocarpus, elevam-se a dezenas de metros de altura; sob estas, uma canópia invulgar de palmeiras e fetos arbóreos, carregados de epífitos com dimensões de arbustos, e na base um manto de fetos e musgos. Tudo distinto do que conhecemos, e um “inferno verde”.
São quilómetros e quilómetros destas florestas maravilhosas, descendo as encostas e caindo até ao mar. A pluviosidade média anual atinge os 7000 m3, valor dez vezes maior do que o que chove na Serra de Sintra. Não é por isso de estranhar que as conversas sobre os passeios nesta área comecem sempre com um “e como estava o tempo?”. Apesar das nuvens, o sol apareceu várias vezes a dar brilho e transparência à folhagem. E enquanto estivemos em Paparoa, não caiu uma única pinga.




Aves atrevidas da Nova Zelândia

Nas áreas humanizadas, ouvem-se e vêem-se muitas aves introduzidas. Mas em áreas de floresta nativa e assim que começamos a subir as montanhas, temos vindo a descobrir alguns dos endemismos neo-zelandeses. Fotografámos duas espécies cujos nomes maoiris são: Kea (um papagaio das florestas alpinas) e Weka (uma franga de água).
Ambas as espécies são conhecidas pelo seu comportamento atrevido. Não só não temem as pessoas como se aproximam para roubar algum objecto ou obter comida. O Kea, fotografado num parque de estacionamento em Arthur´s Pass, voou para o tejadilho de um carro quando os seus ocupantes nele se instalavam. Os Kea são responsáveis por estragos nas borrachas dos vidros e portas doa automóveis, entre outros, e por serem capazes de abrir mochilas para retirar objectos do seu interior (se estiverem interessados em ver, há pelo menos um vídeo no Youtube). Revelam uma inteligência invulgar e aprendem o que se lhes ensina. Ao exemplar que fotografámos, faltava-lhe uma pata. Infelizmente, não podemos mostrá-la. Todas as fotografias de Arthur’s Pass, esse local glorioso, foram apagadas por engano. Um engano meu do qual muito me penitencio.
O Weka, como muitas outras aves que evoluíram em ambiente insular e sem predadores, é uma ave que não voa. Um pequeno guia de aves que emprestaram ao Xico refere que elas fazem grandes caminhadas deixando as florestas onde vivem para chegar a locais de piquenique. Parece que são atraídas por objectos metálicos (por exemplo, pequenas colheres). O primeiro exemplar que fotografámos estava na beira da estrada.


Depois desse, muitos outros nos saíram ao caminho, em parques de estacionamento e no meio da floresta. Um deles, tentou atacar um pacote de bolachas que o Xico tinha na mão; um outro tentou bicar na lente da máquina quando me baixei para a fotografar.

No percurso que nos trouxe de Christchurch até Greymouth, na costa oeste, parámos em Arthur’s Pass, um dos poucos pontos onde é possível atravessar a ilha, vencendo a dorsal montanhosa. Aí, fizemos um percurso que nos levou pela floresta de faias até à base de uma gigantesca cascata. Depois do meu erro, não nos resta uma única fotografia desse local.
Alguns pequenos passeriformes endémicos, tais como o Fantail, o Tomtit e o Rifleman, deixavam-se observar demoradamente e voavam de galho em galho, por cima das nossas cabeças. Não os conseguimos fotografar mas sabemos os seus nomes em maori. Como todas as palavras maoris, são muito divertidos.
Fantail ------- Piwakawaka
Tomtit --------Miromiro
Rifleman ---------Titipounamu

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Moas e kiwis

Quando os primeiros humanos chegaram à Nova Zelândia, apenas há 800 anos, existiam nas ilhas 12 espécies diferentes de moas, aves não-voadores algumas de grandes dimensões. Habitavam as áreas mais abertas, os matos e as florestas. O seu comportamento evoluíra na ausência de predadores, pelo que todos os seus encontros com os maoris resultavam em fáceis matanças.
A uma velocidade quase inexplicável, dada a pequena população humana fundadora e a extensão e complexidade geomorfológica e ecológica do território, todas as espécies de moas se extinguiram. A História regista que quando os primeiros brancos chegaram às ilhas, em meados do século XVIII, já as moas estavam no limiar da extinção.
Apesar da diferença de escalas, há nestes relatos uma grande similitude com a triste história dos Dodôs das Maurícias. Aí, os agentes da destruição foram os navegadores portugueses.
As moas permanecem no imaginário dos neo-zelandeses e a sua extinção global não é reconhecida por todas as pessoas. Como em outros locais deste planeta, alguns teimosos insistem em procurar criaturas estranhas (por exemplo, o ieti e o monstro do Lago Ness). Próximo de Arthur’s Pass, um “avistamento” de uma moa, deu nome e popularidade a um pequeno restaurante e motel. As estátuas alusivas são o que resta destas espécies.


Biologicamente aparentadas com as moas, há 4 espécies de kiwis, todas elas classificadas como ameaçadas.

Nos próximos dias, visitaremos algumas das poucas áreas onde os kiwis estão ainda presentes. Mas porque são animais nocturnos, não há grande expectativa de podermos vê-los. Talvez ouvi-los: kiweeee, kiweeee.

O nosso livro de viagens II

Tal como fiz na Austrália, trancrevo para aqui algumas das notas que o Xico tem deixado no "livro de viagens".

(...) tivemos assim o primeiro contacto com os "Alpes Neo-Zelandeses": encostas ingremes, cobertas de florestas de Notophagus (uma espécie de faia do hemisfério Sul) que chegam praticamente até ao limite da neve. (...)

(...) Uma ultima nota para os nativos: parecem ser simplórios e simpáticos. Mal vestidos, com alguma frequência veem-se a passar descalços na rua. Veem-se também muitos asiáticos. Talvez porque os há em grande número aqui na Universidade de Canterbury. Vê-se também gente com fisionomia maori, mas são menos frequentes.

(...) Ao pé de Kaikoura há um grande vale submerso que faz com que se aproximem da costa criaturas das grandes profundidades. Umas delas são os cachalotes. Fizemos duas observações fantásticas, com aqueles monstros a respirar calmamente à superficie antes de mergulharem para as profundezas durante 30 ou 45 minutos. Para além dos cachalotes, vimos diversas espécies de aves marinhas, incluindo gigantescos albatrozes e vários petrels. No regresso, um grupo de golfinhos (Duski dolphins) veio até ao barco presentear-nos com umas piruetas.

(...) A Bé estava um pouco reticente, que tinha frio e não queria estar de fato de banho na rua. Mas assim que se viu naqueles caldinhos, era vê-la a saltar de piscina em piscina, para temperaturas cada vez mais quentes até aos 41º.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mais sobre a ilha do Sul

Tal como prevíamos, esta última semana na Nova Zelândia tem sido bastante preenchida.

No fim de semana, no regresso de Kaikoura, passámos ainda pelas montanhas adjacentes, completando o itinerário que os roteiros turísticos chamam “O Triângulo Alpino”. Fomos a Hanmaer Springs, um vilório termal onde piscinas a céu aberto, com água carregada de sais e a temperaturas próximas do 40ºC, fazem muitas delícias. Eu estava muito reticente: tirar o forro polar e pôr-me em fato-de-banho, no meio daquele frio? Como nos diziam que era muito tonificante e saudável, fomos experimentar.
Gostámos imenso dos banhos, dos rios de montanha e das florestas nativas que podemos contemplar ao princípio da tarde, antes de voltar a Christchurch.



Ao final da tarde de ontem, saímos de Christchurch com um colega do Xico e fomos, proximo da casa dele, vislumbrar algumas aves aquáticas. A mais aguardada era aquela do bico torto. Significativamente, chama-se Wrybill.
Jantámos e dormimos na casa dele. Hoje, levou-nos à base do Monte Cook (mais de 3700 metros de altitude) para mostrar um trabalho experimental que desenvolve numa área ardida. Eu não sou dos que dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. Há palavras para descrever esta paisagem. Mas fiquem lá com as imagens destes 3 lagos: o Tekapo, de um turquesa brilhante, faz as delícias dos “turistas japoneses”, o seu vizinho, de um azul profundo, reflecte uma rocha de natureza diferente; o Pukaki, enorme e como o Tekapo, de origem glaciar, apresenta a mesma imponência turquesa.

domingo, 22 de novembro de 2009

Kaikoura

Kaikoura é o nome de uma península a cerca de 170 Km a norte de Christchurch. Aí se localiza uma pequena povoação com o mesmo nome, onde todos os habitantes, directa ou indirectamente, se dedicam a um turismo baseado na observação de cetáceos. A paisagem é soberba, o que também ajuda.
Uma população residente de jovens machos de cachalote, e muitos indivíduos de outras espécies de baleias e golfinhos, exploram um habitat marinho de elevada produtividade. O local é ainda escolhido por uma espécie de leões-marinhos, que aqui tem uma colónia. A explicação está na geomorfologia submarina: a um milha da costa, um canion dá inicio a uma fossa submarina profundíssima. Esta resulta da junção da placa australiana com a placa antárctica.
À superfície, os fenómenos tectónicos são também muito evidentes. Os terrenos de Kaikoura, enquadrados por montanhas cujos terrenos também já estiveram submersos, estão a levantar-se a uma taxa de 3 mm por ano!
Este sábado, estava o dia encoberto e o mar ligeiramente alterado, tivemos uma saída MUITO BEM SUCEDIDA para observar cachalotes. Aqui ficam algumas das imagens de Kaikoura e das nossas observações de fauna marinha.


imagem da península, com a maré baixa

saímos num barco igual a este

na imagem, um cachalote (um dos maiores predadores marinhos) e um albatroz (a maior criatura voadora com 3,6 metros de envergadura)

depois de alguns minutos de observação à superficie, o cachalote mergulhou para as águas profundas



colónia de leões-marinhos

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cosmovisão

Quando menos esperamos, mesmo os livros que já sabiamos maravilhosos continuam a surpreender-nos.
Depois desta viagem tão para sul, e de estar na ilha do sul deste país do sul, revelou-se-me a cosmovisão desta personagem de romance, agarrada a uma aldeia imaginada ao sul de Portugal, no Barrocal Algarvio.

"Tudo parado. Carminha deixou-se estar. Para além das casas, a estrada. Para além da estrada, o mato. Para além do mato os figueirais, e as outras terras, e as outras ainda. Para além de todas as terras, o mar. Para além do mar o sul, e no caminho do sul mais extremo, o bojo da terra, e para além do bojo da terra. No fundo dos escuros, das noites e dos dias. Muito para além de tudo isso. Ainda para além do sul tão extremo, que já passa a ser norte em relação ao que ainda resta, nessa direcção. Dormirá o soldado, se ainda por essas bandas for hora de dormir. Porque lá. Dizem. Anda tudo ao contrário. As chuvas e o estio. O frio e o calor."

in Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios", EEA, p.96 .

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pés descalços

A brisa desta primavera lembra-nos o Natal que se aproxima. Faz frio. Até os neo-zelandeses estranham, afirmando que a temperatura está mais baixa do que a que seria natural nesta época do ano. Mas insistem em usar calções, t-shirts e chinelos. Há mesmo alguns que, na velha tradição deste sul, se passeiam descalços! Têm os pés calejados com uma sola de pele encardida. Só de observá-los, fico com arrepios. Serão de frio ou de nojo?
Não sei de onde vem este hábito esquisito para descendentes de Britânicos. Talvez venha dos Maori, que já cá estavam há alguns séculos.
O Xico e eu, cada um com as suas coisas, tivemos mais um dia de trabalho. Apresentámo-nos calçadinhos. O programa da ave de bico torto foi adiado para a próxima 2ª feira. Lá iremos, de botas de campo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Primeiras vistas das montanhas




Logo cedo, os colegas do Xico levaram-nos para as montanhas, para que conhecêssemos algumas das suas áreas experimentais, locais sujeitos a incêndios, matos e florestas nativas, espécies invasoras e plantações de exóticas. Explicaram tudo, mostraram o que puderam. E a meio da tarde, deixaram-nos em casa, banzados com este primeiro cheirinho de montanhas.

Amanhã, ao fim da tarde, outro colega quer levar-nos para uma das áreas de nidificação da tal ave do bico torto, vizinha da sua casa. Convidou-nos para jantar e para dormir lá. Voltaremos ao Campus pela manhã de 6ª feira.
Já estamos a perceber que nesta terra, tão aparentemente pacata, o coração bate mais depressa.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Inventário ornitológico

Os nossos leitores ornitólogos ou os que, não o sendo, gostavam dos nossos inventários ilustrados, podem ter agora uma grande desilusão. Aqui no Campus e em Christchurch, só encontrámos passarada introduzida: pardais, melros, tordos, estorninhos e pintassilgos são aqui as espécies exóticas. O resto não existe, ou é muito escasso. As únicas aves nativas que observámos até agora, eram gaivotas no centro da cidade, e comiam sobejos de uma refeição.
Mas haja esperança. Antes de regressarmos, aguardam-nos alguns passeios pela costa e alguns passeios pelas montanhas.
O Xico conheceu ontem um colega do Scion que estuda a única espécie de ave do Mundo que tem o bico torto. É aquática e usa-o para virar pedras. Pode ser que …
E onde está o kiwi? No meio de tantos “kiwis” (nome que os australianos chamam aos neo-zelandeses), não se encontrará um que tenha penas?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sonoda

Sonoda é a palavra japonesa que dá o nome ao conjunto de alojamentos onde nos encontramos. Também é ele que inspira o arranjo ajardinado que envolve os vários blocos de quartos e apartamentos, conferindo ao local uma beleza e tranquilidade muito especiais.

Ontem, passamos todo o dia a trabalhar em casa. Uma pequena paragem de manhã levou-nos a descobrir um pouco de calor do jardim. Uma pequena paragem à tarde levou-nos a uma sala comum dos alojamentos, com jogos, música e televisão. Mesmo estando destreinados, demos uns toques na mesa de ping pong.

Hoje, o Xico foi para o Scion (parceiros do projecto) e eu passei todo o dia na biblioteca. Mais uma fantástica biblioteca e mais um manancial de informação para explorar. Almoçamos juntos num restaurantezinho de comida indiana e chinesa, mesmo no meio do Campus. Excelentes os pratos que escolhemos: um curry de frango com manga; um mixed de vegetais com arroz frito.

Outro lugar, mais duas semanas. Apesar da beleza do local, e da oportunidade que estamos a ter, as saudades apertam bastante. Porque assim o sinto, ponho-me a trabalhar. Neste fim de dia, encontro algum consolo: porque li um ou dois livros muito relevantes para o meu trabalho, estou a andar com o projecto das paisagens literárias e soube que o meu artigo sobre a metamorfose foi aceite para publicação. É bom, não é?

sábado, 14 de novembro de 2009

Fotos de Christchurch










Christchurch, Nova Zelândia

Pela tarde de ontem, depois de mais uma etapa desta travessia, chegámos finalmente aos antípodas. Neste planeta, não é possível estarmos mais longe de casa.
Depois de nos instalarmos no Campus da Universidade de Canterbury (nome da região onde a cidade se insere), o que implicou ir ao supermercado comprar comida e arranjar uma ligação à internet (sem a qual não poderíamos trabalhar e o nosso blog ficaria abandonado), repousámos no apartamento que nos destinaram. Não é tão cómodo e equipado como o de Canberra, mas é sossegado e tem o essencial para nos aguentarmos nas próximas duas semanas.
Hoje, fomos à cidade de autocarro. São cerca de 5 quilómetros através dos subúrbios. Como não temos bicicletas, temos que usar este meio de transporte.
Logo à chegada, cruzámo-nos ainda com uma concentração de motards que terminou em frente à Catedral, com umas discursatas políticas contra o pagamento de taxas e impostos. Ninguém parece incomodar-se com um vento forte que chega à região vindo da Antárctida. Esta Primavera está gelada.
Estamos numa semana de festividades e há grande animação pelas ruas, com representações e concertos em cada esquina. Joga-se xadrez no empedrado da praça. Um countdown anuncia os dias que faltam para o próximo Campeonato Mundial de Râguebi, a realizar em 2011, aqui mesmo em Christchurch.