domingo, 18 de outubro de 2009

No ar, de Sexta a Domingo

Não fosse ser tão longa e cansativa, e diríamos que viagem tinha sido excelente. Nem atrasos de maior, nem turbulências assustadoras. Os dois maiores voos (12 horas para Singapura e 7 horas daí até Sydney) foram passados no mesmo avião, uma carreira de australianos que regressavam dos “over seas”. Aí deram-nos "galinha chinesa" e uma "carne de vaca com tempero indonésio”. Pelo “cathering”, percebia-se que estávamos a voar para o oriente.

O tempo custava a passar, e dos filmes disponíveis vi parte "Austrália", do "Che Guevara - Parte2" e da "Idade do Gelo II". O Xico também tentou o "Australia" e acabou por ver o "Anjos e Demónios". Ouvimos música. Depois dos jornais e das revistas de bordo, leitura levesinha, eu reli "O Dia dos Prodígios", da Lidia Jorge e o Xico terminou um Gabriel Garcia Marquez. Para substituir o velhinho que ficou parado em Lisboa, o Xico comprou um relógio no “dutty free” do avião, um relógio cor de chocolate que funciona com energia da luz.
Bebemos água, muita água como me recomendou o médico. E mesmo assim, com tudo o que isso depois implica, o tempo do avião passou devagarinho.
Na saída em Singapura, uma curtinha meia hora que parecia programada para vermos o pôr-do-sol, ainda tivemos tempo de ir ao Jardim dos Cactos. É um local onde, fora dos espaços globalizados e condicionados, se sente o ar quente e húmido dos trópicos. Os fumadores usam-no para dar azo ao vício.

Em Sidney, fizemos a entrada neste grande país: o controlo de vistos e a verificação das malas não foi um bicho-de-sete-cabeças como nos tinham dito.


À chegada a Canberra (aprendi que a palavra se escreve com n antes de b, e se diz acentuando a primeira sílaba e sem arranhar os rr), estava à nossa espera um português que trabalha no centro de investigação sobre florestas. Numa "pickup", carro grande e pouco comum nas nossas paragens, trazia uma bicicleta para emprestar ao Xico. Maravilha! E quando nos deixou à porta do nosso apartamento no Campus da ANU (Australia National University), só desejámos um banho e umas horas de sono. Um sono que não deveria ser longo pois o Domingo estava então a começar.

2 comentários:

  1. Eh eh, isso é que é uma aventura! Pois nesse mesmo jardim de cactos, foi onde pude celebrar o meu aniversário há 2 anos atrás. Esses 30 ou 60 minutos por ai, foi o que garantiu que ainda conseguia ser o mesmo dia em Singapura e em Portugal.
    Tive a mesma sensação que vós, um bafo quente, humido, e uma cervejinha para brindar com o catry, eheheh.
    A homónima

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