Ontem, ao jantar, parte da conversa foi sobre a cultura dos aborígenes australianos, a sua fineza de pensamento e a sua compreensão do funcionamento dos sistemas naturais.
A sua história de caçadores-recoletores, nómadas num território cheio de recursos e cheio de dificuldades, manteve-se durante centenas de milhar de anos. Manteve-se quase inalterada até que ao seu território chegaram os primeiros brancos, estrangeiros na Austrália.
Não há nada de que se possam orgulhar. Selvaticamente dizimaram as comunidades nativas, usando todos os processos criminosos que hoje sabemos tipificar. Na altura, e até 1980 (1980, não estou enganada), os aborígenes não estavam contabilizados como cidadãos australianos. Eram menos que bichos. Só muito recentemente, já recensiados, passaram a ter direito a voto.
Hoje, fizemos uma pausa de uma hora e meia e, num saltinho, fomos ver mais uma das exposições do Australian National Museum: "The First Australians".
Depois de um repositório que alude em tudo ao incómodo que a sua história trágica cria na actual sociedade australiana, um grande ecrã mostra imagens de hoje, forçando a valorização de algumas aspectos da integração de uma parte da população com origem em nativos e apresentando um pedido de desculpas.
A Anne contou-nos que, sendo esse o discurso político, a discriminação e o racismo dominam em muitos cantos da Austrália. Em Sidney, por exemplo, há bairros xenófobos onde os aborígenes não entram e grupos racistas de skin heads, prontos para as sua distrações inqualificáveis.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário